segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Lutas. Doc, um documentário sobre a violência na TV Brasil




Estreou, em cinco de janeiro, o documentário Lutas.Doc, com direção de Luiz Bolognesi* e Daniel Augusto*, a ser exibido sempre às terças-feiras, às 22h45. É uma co-produção da Gullane e da Buriti Filmes em parceria com a TV Brasil. A difusão da série fica a cargo da EBC – Empresa Brasileira de Comunicação, que a veiculará em toda a rede pública de televisão - suas emissoras, afiliadas e rede associada em janela compartilhada no sistema de TV aberta e fechada em todo território Nacional. O importante é que haverá reprises das exibições, às quintas-feiras, à meia-noite.

Este novo documentário busca respostas para a indagação: “Será que o povo brasileiro é um povo tão pacífico e cordial como se imagina?”. Com esse objetivo, a violência - tema frequente na história do Brasil - passa a ser refletida, através de seus contextos e de suas formas de representação. A série utiliza-se de uma linguagem dinâmica e com inserções de trechos de animação, com o propósito de olhar com criticidade o retrato caótico e de violência da sociedade contemporânea, fazendo uma conexão com o passado e a projeção para o futuro.

É uma série composta de cinco episódios, que tem como eixo principal o debate sobre a violência, seus contextos e formas de representação na história brasileira. Segundo o diretor Daniel Augusto, “Lutas.Doc é uma reflexão sobre os brasileiros a partir de todo o sangue derramado no Brasil e da nossa violência, sempre escondidos sob o tapete”. Dentro desse propósito, complementa que se busca abrir uma discussão aprofundada, mas aberta às pessoas de todas as idades e de qualquer lugar do país. Entretanto, o trabalho tem destinatário especial: “Gostaríamos que o pessoal que está no segundo grau e começando a universidade visse os filmes, pois eles experimentam momento crucial de inserção na sociedade. O jovem carrega forte poder de mudança”, acrescenta o diretor.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o sociólogo e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso são entrevistados ao longo dos cinco episódios. Ainda, há os depoimentos do historiador Luis Mir, do economista Eduardo Giannetti, da filósofa Márcia Tiburi, do psicanalista Contardo Calligaris, da senadora Mariana Silva e do jornalista Gilberto Dimenstein. Também integram o projeto o testemunho de livres pensadores egressos dos movimentos sociais como Ferrez, José Júnior (Afroreggae) e João Pedro Stédile (MST), além dos demais entrevistados.

AGENDA DAS PRÓXIMAS EXIBIÇÕES :

às terças-feiras, com reprises às quintas-feiras

Dia: 19/01 às 23h - 3º episódio: “Fábrica de Verdades” (reprise em 21/01 à 00h)

Sinopse: Nesse episódio os entrevistados comentam o “lado B” da independência e da proclamação da República, o apoio da classe média à ditadura militar, entre outros eventos históricos. Analisam o papel da mídia no Brasil e a importância da teledramaturgia para a sociedade. Os participantes falam também dos conceitos de “entretenimento” e “liberdade”, a importância das lutas sociais, a sociedade de consumo e a questão da favela como produto cultural e suas formas de representação na cultura de massa.


Dia: 26/01 às 23h - 4º episódio: “Heroína sem estátua” (reprise em 28/01 à 00h)

Sinopse: Quem são os rebeldes do Brasil? Esse é o tema do 4º episódio. Rebeldes são aqueles que se revoltam consta a ordem instituída ao longo da nossa história. São aqueles que desafiaram a ordem estabelecida e que, muitas vezes, mesmo derrotados e massacrados, plantaram a semente da transformação que modificou de alguma maneira os rumos da história. Há rebeldes no universo social, na arte e no comportamento. Esse capítulo revê a importância de revoltas como a Cabanagem, a Balaiada, a Revolução Federalista. Além de tentar identificar onde estão os rebeldes e suas rebeliões hoje, os entrevistados refletem, ainda, sobre o conceito de “política” atualmente e sobre o papel da mulher na transformação da sociedade brasileira.

Dia: 02/02 às 23h - 5º episódio: “O que vem por aí?” – (reprise em 04/02 à 00h)

Sinopse: Nesse último capítulo, os depoimentos procuram trazer prognósticos de como será o país em 2100. Os entrevistados discorrem sobre as principais entraves da atualidade. A melhoria da educação é um dos pontos de destaque, considerada como a grande revolução, além da igualdade de oportunidades e a necessidade de fazer com que alguns êxitos, como a enorme fronteira agrícola disponível no Brasil, cheguem à população.

::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

EXIBIÇÕES JÁ VEICULADAS:

Dia: 05/01 – 1º episódio: “Guerra sem fim?”

Sinopse: Mostra ser a violência uma constante na história do Brasil. Mesmo as nações indígenas já tinham a guerra no centro de suas culturas. Ou seja, antes da chegada dos colonizadores europeus. Será que o homem brasileiro é cordial – conforme obra do historiador Sergio Buarque de Holanda – generoso e de bom trato? Nesse capítulo, são enfocados conflitos pouco conhecidos, massacres e revistos fatos históricos à luz de um olhar crítico que questionam a história oficial com argumentos e insights.

Dia: 12/01 – 2º episódio: “Recursos Humanos”

Sinopse: Propõe uma discussão sobre os fatores que produziram a escravidão como “negócio”, faz um paralelo entre as vítimas das guerras brasileiras e a oferta de mão-de-obra. Protagonistas políticos, pensadores da elite e egressos dos movimentos sociais questionam quem é a elite brasileira e como ela se dá. Se existe a democracia racial no país. Para chegar ao significado do “trabalho!, os depoimentos costuram hipóteses para compreender como funciona o aparelho ideológico que legitima que os trabalhadores que ontem estavam em navios negreiros e hoje aceitam trafegar em ônibus lotados do trabalho às moradias em bairros da periferia.

Ficha Técnica

Roteiro e Direção:

Daniel Augusto e Luiz Bolognesi

Produção:

Caio Gullane
Fabiano Gullane
Laís Bodanzky
Renata Galvão

Produção Executiva:

Caio Gullane
Sonia Hamburger

Coprodução:

Gabriel Lacerda
Debora Ivanov

Direção de Fotografia:

Maurício Tibiriçá
Rodrigo Menck

Montagem:

Daniel Augusto
Alessandra Iglesias
Luiz Bolognesi

Trilha Sonora:

Instituto

Identidade Visual:

Buari

Animações:

Lightstar Studios

Som:

Samuel Braga "Samuca"

Direção de Produção:

Fernando Ribeiro

Supervisão de Pós-produção:

Patricia Nelly



*Luiz Bolognesi, formou-se em jornalismo e cursou Ciências Sociais na USP, é diretor, roteirista e produtor que trabalhou em filmes como “Terra Vermelha”, “Chega de Saudade” e realizou “A Guerra dos Paulistas” e “Cine Mambembe” e idealizador do projeto “lutas.Doc”.







* Daniel Augusto, formou-se em cinema e mestre em Literatura pela USP, é diretor, roteirista e montador. Dirigiu o documentário Fordlândia (lançado o ano passado, na segunda edição do Festival é Tudo Verdade) e a série de Mapas urbanos, sobre as cidades do Brasil sob o crivo de poetas e compositores, premiado na República Tcheca em 2003 e foi co-diretor de O diário de Naná Vasconcelos.

Uma outra dica 
Vale a pena conferir a programação da TV Brasil, que tem um repertório excelente em documentários e filmes.


Fontes: TV BRASIL,  Blog Alavanca Social e Uai Divirta-se

2 comentários:

  1. Onde eu compro ou baixo este documentário?
    cristianokiko2@bol.com.br

    ResponderExcluir
  2. Cristiano,

    A série ainda está em exibição, por isso creio que ainda não esteja à venda. Porém, aconselho-lhe um contato com a TV Brasil, através do seu e-mail de contato, em sua página: http://www.brasiltv.org.br/faleconosco. Lá também há a indicação dos telefones e endereços das principais sedes da emissora.
    Outra opção seria o seu contato com a Buriti Filmes, uma das produtoras desse documentário. O seu site é: http://www.buritifilmes.com.br ou através de seu e-mail: buriti@buritifilmes.com.br.
    Hoje será a reprise à 00h do episódio da última 3ª feira, a “Fábrica das Verdades”. Para novas exibições é só olhar na agenda as novas datas.
    Boa sorte e nos dê notícias sobre o que conseguiu. Combinado?
    Um abraço,
    Nelma – Equipe BM&QS.

    ResponderExcluir