segunda-feira, 24 de maio de 2010

25 de maio, acontece Seminário na Fiocruz - Campus Manguinhos -RJ:


No dia 01 de outubro de 2009, o blog Mídia e Questão Social fez a cobertura do evento: “Suicídio: Vamos Prevenir?”. Este foi o 1º Ciclo de Palestras promovido pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, sobre o suicídio. Há dois posts publicados no dia 07 de outubro de 2009, com vários destaques sobre as abordagens dos diversos palestrantes que participaram do evento, dentre eles, o médico e pesquisador Carlos Eduardo Estellita-Lins, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz).

Sob o olhar da mídia, André Trigueiro, jornalista, âncora da GloboNews , professor da PUC-RJ e comentarista da rádio CBN, falou sobre o tema: “Mídia: qual o seu papel?”.

Na próxima terça-feira (25), o BM&QS fará uma nova cobertura do seminário que acontecerá no auditório da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz)- Manguinhoscujo tema é o suicídio, mas com o enfoque reflexivo sobre o papel que a mídia desempenha na divulgação ou omissão dessa notícia.

Abaixo reproduzimos uma matéria da Agência Fiocruz de Notícias, por Igor Cruz sobre o evento:
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Seminário debate abordagem do suicídio na imprensa

Igor Cruz


Com o objetivo de promover a relfexão sobre as estratégias de prevenção e promoção da saúde mental e a abordagem do suicídio na mídia, o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) realizará nesta terça-feira (25/5), às 10h, o seminário Suicídio na imprensa: entre informação, prevenção e omissão. Participarão do evento a editora de Ciência e Saúde de O Globo, Ana Lúcia Azevedo; o jornalista e professor da PUC-Rio Arthur Dapieve; o pesquisador e coordenador do Grupo de Pesquisa de Prevenção do Suicídio do Icict, Carlos Eduardo Estellita-Lins; a editora de Saúde do jornal Extra, Flávia Junqueira; e o professor da Unicamp e presidente da Comissão de Prevenção do Suicídio, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Neury José Botega, reconhecido como um dos mais proeminentes pesquisadores sobre o tema no país. O seminário ocorrerá no dia em que a Fiocruz completará 110 anos.

 Quadro Suicídio, de Édouard Manet    
                                                 
Uma das discussões que pautará o debate diz respeito à divulgação de notícias sobre suicídio. Há os que acreditam que a informação pode reduzir o número de ocorrências e os que argumentam que estimula novos casos. Para o organizador do evento, o médico e pesquisador Carlos Estellita-Lins, isso reflete a percepção de que, por um lado, o suicídio, quando divulgado, pode ser "contagioso"; por outro, que o silêncio sobre os casos tende a ser mais danoso para a sociedade. “É preciso colocar o suicídio na agenda pública. As pessoas devem entender que o suicídio existe e pode ser prevenido”, completa Estellita-Lins, enfatizando que o problema maior é como construir esta informação.

Na opinião do pesquisador, os meios de comunicação, principalmente os de alcance nacional, desempenham um importante papel na construção dessa agenda pública. Segundo Estellita-Lins, a sociedade em geral, políticos, formadores de opinião, entre outros atores sociais, são peças-chave no processo de comunicação de risco. "Não se trata apenas do cidadão que está deprimido em sua residência. O conjunto de atores sociais precisa ser sensibilizado”, explica.

De acordo com Estellita-Lins, outro problema que merece destaque nos casos de suicídio é a subimputação (quando o registro do óbito não oferece informação precisa sobre a causa mortis) e o subregistro (quando o registro oficial é inferior ao número efetivo de óbitos por suicídio), ou seja, quando os dados não refletem com precisão o número de ocorrências. “No boletim de óbito existe um item de preenchimento denominado “não especificado”. A maneira como esse item é preenchido reflete não apenas a dificuldade dos sistemas médicos-legais e jurídicos de conferir a causa mortis, mas também a resistência da sociedade em reconhecer esses eventos. Muitas famílias evitam revelar a causa mortis, em caso de suicídio. Por essa razão, é preciso construir ações e campanhas para que o item "não especificado" represente, de fato, os casos que não podem ser especificados, e não funcione como um reservatório de estigma, desleixo e medo de uma notificação correta”, observa.

Estellita-Lins acredita que o seminário, além de contribuir para a discussão sobre as estratégias de prevenção e promoção da saúde mental, chamará a atenção de profissionais da comunicação, da comunidade acadêmica e da sociedade como um todo para a conexão entre informação e suicídio. Na opinião dele, é preciso desmistificar o suicídio, assim como acontece com outros problemas de saúde pública. “A luta contra o estigma, a publicação e o tornar público são importantes estratégias para o empoderamento e para um maior controle social”, conclui, assinalando a importância da imprensa nesta tarefa.

Serviço

Seminário Suicídio na impensa: entre informação, prevenção e omissão


Data: 25/5/2010


Horário: 10h

Local: auditório da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Avenida Brasil 4.365, campus da Fiocruz, Manguinhos, Rio de Janeiro

Entrada franca

O evento será transmitido em tempo real pela Rede Fiocruz.

Publicado em 21/5/2010.

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